domingo, 7 de setembro de 2014

Rua da Conceição

Ilustração de Mónica Cid, para a «Crónica Urbana», «Rua da Conceição», de Alexandra Prado Coelho, na REV. «2», p. 31, do Público de hoje
OU AQUI

RECORTE FINAL:
Mas o que mais me encantava eram os botões. Caixas e caixas de botões, e nós à procura de um igual ao que tinha caído da manga do casaco — ou então, decididas a arrancar o da outra manga para substituir os dois por outros mais bonitos. No exterior da caixa, de lado, alinhavam-se como uma família cinco botões iguais, do maior até ao mais pequeno. Dentro da caixa, a família multiplicava-se e misturava-se, e era preciso encontrar os dois gémeos com que íamos sair da loja, embrulhados num pedaço de papel tão pequeno que a minha avó tinha de o guardar no porta-moedas para não o perdermos.
Voltávamos para casa com o problema resolvido — e o mundo parecia organizado como uma caixa de botões e confortável como uma meada de lã.
[C. passa  amiúde pela Rua da CONC. - está no percurso do «28» [hoje, «enchumaçado» de TURIS)
 - aí visita uma das últimas Papelarias «decentes», a única onde compra o PONT-CAN com que «macaqueia» a AUTOR... no QUAD. -  (um dia, o FUNC lembrou que, «só na Baixa, eram mais de quarenta...»)]

- em prédios degradados, resistem as RETROSARIAS
[nas casas da INF de C., a visita da Modista - a DONA LAURA, por décadas - chegou  a  ser  semanal - eram 6 pessoas, 3 crianças - havia sempre roupa para arranjar, modificar...]