CESÁRIO VERDE
Quis dizer o mais claro e o mais corrente
Em fala chã e em lúcida esquadria
Ser e dizer na justa luz do dia
Falar claro falar limpo falar rente
Cães se miram no vidro de retina
E ele vai naufragando como um barco
Mas bebeu a cidade a longos tragos
Deambulou por praças por esquinas
Fugiu da peste e da melancolia
Livre se quis e não servo dos fadosDiurno se quis ─ porém a luzidia
Noite assombrou os olhos dilatados
Ele o viu com seus olhos de navio
Atentos à surpresa das imagens