Rua 1.º de Dezembro
À hora X, no Café Portugal
à mesa Z, é sempre a mesma cena:
uma toupeira ergue a mãozinha e acena…
Dois picapaus querelam, muito entusiasmados:
que a dita dura dura que não dura
a dita dita dura ─ dura desdita!
Um pássaro cantor diz que isto assim é pena
E um senhor avestruz engole ovos estrelados
Mário Cesariny, Nobilíssima
visão. Lx, Assírio & Alvim, 1991, p. 19 [1.ª ed: 1959; escrito entre
1945-46]