- num destes dias, R. «repetirá» a Deambulação, rigorosa ou «inventarial», hoje descrita na Crónica de Bárbara Reis («Ainda vamos ter saudades...»; depois, anotará no Calendário as datas futuras nela inscritas, nas quais, de 4 em 4 meses, a Cronista confirmará (ou não) o que nesta são «previsões»...;
RECORTE(S):
[...] Faço aqui uma aposta: vamos ter saudades
dos carros da Rua da Prata.
Há uns dias, a Câmara de Lisboa anunciou
o fim dos trabalhos de reabilitação do
colector da Rua da Prata e, com isso, uma
notícia que, em teoria, seria uma festa para
os dez mil moradores (...): a rua ia ser
reaberta mas só para os eléctricos. Aleluia!
Menos carros na Baixa, menos dióxido de
carbono, menos caos, menos ruído.
Talvez sim.
Talvez não.
Se a Rua da Prata for transformada numa
nova Rua Augusta, muito obrigada, mas não. [...] “Diversidade
funcional” é um bairro ter lojas diferentes,
como farmácias e sapateiros, papelarias e
padarias, lavandarias e casas de ferragens, e
todos os serviços de que as pessoas que moram num lugar precisam.
No dia em que a
Baixa de Lisboa [...] só tiver cafés com esplanadas para
turistas e lojas de bugigangas para turistas,
deixa de ser um bairro e passa a ser um
cenário. Para turistas.
É bem possível que a Rua da Prata seja a
próxima rua a morrer como rua e a tornar-se
cenário para selfies de gente que está de
passagem. Nada contra o turismo. Quem não
gosta de ser turista? Mas tudo contra a
descaracterização do centro histórico.
Isto não é pessimismo de velha do Restelo. [...]
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