terça-feira, 18 de junho de 2024

Senhora do Monte OU «Tuk Tuk aos Molhos»

 - lisboetas, moradores, de Origem ou não, de perto do que já foi um Santuário do Silêncio = «Lavar a Vista pensando», começam finalmente a «reagir» à «Praga de Veículos Ridículos»; «Uma bagunça...», artigo do «Público de hoje:

Rui Gaudêncio
RECORTE(s)

[...] Nessa altura, conta, aquele ponto de observação panorâmica não fazia sequer parte dos roteiros turísticos. “Era um lugar fantástico, como se estivéssemos numa aldeia. Nem as pessoas da Graça costumavam cá vir. A partir de 2014, os tuk-tuks começaram a tomar conta do sítio. E isto está cada vez pior”, reclama a moradora, [...]

sábado, 8 de junho de 2024

«A cidade e o monte» + «The Fantastic world of the Portuguese Sardine.

 - Variação de Tema(s) de Cesário (+ citações de O'Neill e Cardoso Pires, por ex.o), para «O tempo de aqui-agora», em Crónica de A. C. Leonardo, no Íps
 
RECORTE(s):
[...] Chegada ao terceiro parágrafo, torna-se irresistível citar Bernardo Soares: “O comboio abranda, é o Cais do Sodré. Cheguei a Lisboa, mas não a uma conclusão”.
    Atrás de mim está agora o rio. Atravesso a rua – suja –, ziguezagueio entre tuk-tuks – alguns enfeitados por grinaldas de flores de plástico de cair bizarramente havaiano –, desvio-me de um casal asiático, obedeço à geometria do ângulo que delimita o passeio largo e ainda mal-acostumada à nova carburação urbana, passada a esquina, esbarro no Fantastic world of the Portuguese Sardine.
     A calçada encardida, o lixo que esvoaça ao vento. Obras! Pó! Arquitectura sem história e sem alma a crescer em crateras onde antes viviam alfacinhas, uns mortos, outros empurrados para os subúrbios. Entre os prédios, ajardinados desenhados à esquadria – cartesiana, naturalmente – nos quais as árvores, quando as há, não dão sombra [...]
     Regresso ao monte. Confirmo que a combinação de tempo e espaço é o luxo sem preço dos nossos dias. Sorrio ao lembrar-me da frase do irreverente arquitecto Manuel Vicente, “O campo é o sítio onde eu páro para mijar entre duas cidades”, e, por instantes, até a inexistência de jornais e camionetas no concelho perdoo aos da Câmara.