domingo, 20 de outubro de 2024

domingo, 25 de agosto de 2024

Madragoa, Cais do Sodré

 - Nativo de 55, da Zona, todas as manhãs, de alcofas, D. ia com o Pai Velho ao Mercado da Ribeira Nova, e lembra-se bem de muitas das «circunstâncias» apresentadas neste longo Artigo, no «Público» - «A última Varina da Madragoa»

Varinas no Cais do Sodré entre 1950 e 1970 
Amadeu Ferrari/Arquivo Municipal de Lisboa

- muito mais tarde, de OUT-NOV de 81 a 31 de Julho de 83, «oficiou» no M. B., na Travessa dos Inglesinhos, no interior do Barirro [quem lavava os guardanapos, no Lavadouro Municipal ainda aí existente, era uma «EX-Varina», senhora muito forte, mas já idosa, de cujo Nome não se lembra, dos Nódulos Venosos nas pernas, sim...]

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

São Paulo, Cais do Sodré (J. M. F. Jorge)

BES      AGÊNCIA DE SÃO PAULO

Como seria de esperar
os dedos eram ágeis, de um caixa bancário.
Foi na transição do euro
suspendiam-se a contar
hesitantes no reconhecimento do papel
moeda
e logo retomavam o balanceio veloz do roubo.

O escudo - disse-me quando terminou - 
  encontrou a morte no espelho. O dinheiro
gosta de morrer.
Por esta altura
assinava o papel que me estendera. Sorri-lhe. E
ainda me disse
    Não tenha grande pena do escudo, o euro
continua a ser do género masculino. Voltei a
sorrir enquanto lhe devolvia a esferográfica.

Do largo de S. Paulo a caminho da taberna
irlandesa do Cais do Sodré, numa velha 
loja de sementes comprei bolbos de
amarílis e de agapanto. Gastei as primeiras 
moedas novas. Depois, com o cheiro da cerveja
preta ao redor, bebi uma água sem gás.

Entrei no comboio; um dia muito límpido de
janeiro; antes de passar a estação de Santos,
formou-se no céu a negra espiral em voo dos
estorninhos              mais veloz que
o contar das notas do caixa, a
nuvem desfez-se nas altas árvores de um jardim,
semelhante ao furor de um tornado que
em turbilhão se afundasse nas águas do Tejo.

João Miguel Fernandes Jorge, Antologia dos poemas, 2019, pp. 126-127

sexta-feira, 19 de julho de 2024

Chiado («o novo incêndio do»); M. E. C.

 - em mais uma Crónica sobre o Tema, M. E. C. considera que a «Morte do Chiado é devida à Fuga dos Lisboetas»;
RECORTE(s): [...]
O problema do Chiado não é a população permanente de turistas: é a falta de lisboetas.
Os lisboetas fugiram. Abandonaram o Chiado. Já não se sentem à vontade. Não conseguem habituar-se a pagar preços exorbitantes, para mais quando há uma família ao lado que diz que é tudo baratíssimo. 
[...]
Os turistas de Lisboa já vêm ver a Lisboa dos turistas. Vêm ver-se a si próprios, num cenário luminoso e quentinho com empregados simpáticos que falam inglês.

- a 18 de Agosto, outra Crónica - «Lisboa prostituída» - sobre o mesmo Tema...; 

quinta-feira, 18 de julho de 2024

Graça - Funicular

 - foto de Rui Gaudêncio, no artigo de hoje do «Público» [...] que, entre outros aspectos, faz o balanço de um projecto que levou só 14, 15 anos a ser  realizado [...]
- «vence» um percurso de 78 metros e, a R., parece «de brincar»

segunda-feira, 15 de julho de 2024

Calçada do Combro

 - lembra-se, pelos 15 - 16 (final do 5.º ano), de assistir ao «desenhar» da Grande Estante, na casa de móveis ao cimo da Calçada, já perto do Calhariz [paga pela avó FORM.a, está há muito no ESC.o do GLH...]; durante anos, manhã cedo, a caminho do P. M., a alcançava quase ao fundo, vindo da Travessa do Alcaide; mais tarde, na FAC, houve a CONC., tb. aí moradora e tb. aluna do P: M. [...]

- nesta Crónica da «Mensagem», uma neta, ora ESTAG.a, evoca os avós, reproduzindo fotos dos Arquivos dos mesmos, e roteiriza algumas das «profundas mudanças» na C. do Combro [...

terça-feira, 18 de junho de 2024

Senhora do Monte OU «Tuk Tuk aos Molhos»

 - lisboetas, moradores, de Origem ou não, de perto do que já foi um Santuário do Silêncio = «Lavar a Vista pensando», começam finalmente a «reagir» à «Praga de Veículos Ridículos»; «Uma bagunça...», artigo do «Público de hoje:

Rui Gaudêncio
RECORTE(s)

[...] Nessa altura, conta, aquele ponto de observação panorâmica não fazia sequer parte dos roteiros turísticos. “Era um lugar fantástico, como se estivéssemos numa aldeia. Nem as pessoas da Graça costumavam cá vir. A partir de 2014, os tuk-tuks começaram a tomar conta do sítio. E isto está cada vez pior”, reclama a moradora, [...]

sábado, 8 de junho de 2024

«A cidade e o monte» + «The Fantastic world of the Portuguese Sardine.

 - Variação de Tema(s) de Cesário (+ citações de O'Neill e Cardoso Pires, por ex.o), para «O tempo de aqui-agora», em Crónica de A. C. Leonardo, no Íps
 
RECORTE(s):
[...] Chegada ao terceiro parágrafo, torna-se irresistível citar Bernardo Soares: “O comboio abranda, é o Cais do Sodré. Cheguei a Lisboa, mas não a uma conclusão”.
    Atrás de mim está agora o rio. Atravesso a rua – suja –, ziguezagueio entre tuk-tuks – alguns enfeitados por grinaldas de flores de plástico de cair bizarramente havaiano –, desvio-me de um casal asiático, obedeço à geometria do ângulo que delimita o passeio largo e ainda mal-acostumada à nova carburação urbana, passada a esquina, esbarro no Fantastic world of the Portuguese Sardine.
     A calçada encardida, o lixo que esvoaça ao vento. Obras! Pó! Arquitectura sem história e sem alma a crescer em crateras onde antes viviam alfacinhas, uns mortos, outros empurrados para os subúrbios. Entre os prédios, ajardinados desenhados à esquadria – cartesiana, naturalmente – nos quais as árvores, quando as há, não dão sombra [...]
     Regresso ao monte. Confirmo que a combinação de tempo e espaço é o luxo sem preço dos nossos dias. Sorrio ao lembrar-me da frase do irreverente arquitecto Manuel Vicente, “O campo é o sítio onde eu páro para mijar entre duas cidades”, e, por instantes, até a inexistência de jornais e camionetas no concelho perdoo aos da Câmara.


quarta-feira, 29 de maio de 2024

Brasileira

BRASILEIRA

Comes uma nata na esplanada da Brasileira
Como quem desvenda um enigma metafísico
Que te ficou colado nos dentes
Olhas o Pessoa de perna cruzada
Fundido em bronze
Inerte
E muita gente que lhe tira retratos
E se senta na mesa ao lado
Sem ser convidado
Atrás, na soleira de um banco
Está deitado um sem-abrigo
Jovem
Fuma um cigarro ontológico
É um nada que se estende
Sem casa nem morada
Não há epistemologia que o salve
Só um poeta morto
Inútil
De costas voltadas
Tão estrangeiro como ele.

Ana Paula Jardim, rua do arsenal, 2024, pp.24-25 

quarta-feira, 8 de maio de 2024

Rua do Arsenal (Ana Paula Jardim)

 - ontem, CONS. na LUZ + livro de 38 poemas, tendo Lisboa «e Tejo e tudo» como um dos Motivos centrais; nele, de novo regressa Cesário, por outras mãos, que buscam outras «Visões de Artista»...;
- de um dos dois poemas menos curtos (o outro é «Cais do Ginjal»), a II Estrofe (de VI):

RUA DO ARSENAL
[...]
II
O barulho dos teus passos confunde-se com uma manifestação súbita
De figurantes
Que desfilam pela estrada
Carruagens com um rei morto e deposto
Pela Carbonária
Uma rainha alta, e esguia e andrógina
Com uma espada de flores na mão
Afiada como espinhos
E que maneja como uma Amazona
A pele de uma raposa ao pescoço
Morta
Ruge e esbraceja como louca
Ficas parada no meio do alcatrão
Rodeada por revolucionários de espada na mão
E cravos no cano
Em tanques de guerra cobertos de pombas brancas
Enquanto no cimento do edifício em frente
Ocre, escuro e oxidado
As luzes do entardecer pincelam vultos
Tristes, desfigurados
Engolidos pelo tempo
[...]

Ana Paula Jardim, rua do arsenal, p.30 (29-33) 

segunda-feira, 6 de maio de 2024

Lisboa em Gaza, Ana M. Gastão

 - de livro de 2015, dito no «Vida Breve» de 15 de Abril de 2024;

LISBOA EM GAZA

Quero ver a cidade             de cima
quando chego, mas só quando parto,
aglomerado de prédios mal unidos
o corpo desviado. Letra a letra,
inclinam-se à velocidade do avião
no baloiço do anjo. como se Trakl
pela mão de Celan fosse seu irmão
de asa incestuosa em metal simbólico.

Tristão não tive, Isolda não sou
em gritaria de barca nova, mas
quero ver a cidade         de cima
quando parto, mas só porque chego.
Não a Lisboa martelada na pedra,
ignara, mas a que vive em estado 
onírico, de visão colcheia, sonhada
sem ti no prodígio da distância.

Vária a sinto, intensa, abrasada
de olhos baixos ; o desejo é fel,
coisa vã, e não há tréguas em Gaza
nem felicidade entre irmãos tantos.
Quero ver a minha cidade de lado
distendida no alto de uma ferida.
cerzida sem cativeiro com a linha
das veias, lutando por guerras outras.

Ainda assim podemos deter-nos
em Lisboa, e dizer-lhe, «muda, nem tudo
expirou». Há água e vinho, paz mínima,
e direito ao desalento, e eu sei que não
existe mais nenhum sítio no mundo
onde, mesmo em fuga, eu queira morar.

Ana Marques Gastão, Assírio  & Alvim,  2015, L de Lisboa, pp. 48-49


quinta-feira, 18 de abril de 2024

Suissa, Chiado, Lisboa; Portugal, em 54-55

 - artigo sobre artigo de 1955, de escritora americana que viajou por Portugal entre Jan. e Abril de 1954,  claro que interessa a D., nascido nesse ano (de 55); no «Público», Secção «Estado Novo»

As desigualdades na década de 1950 chamaram a atenção da escritora norte-americana Mary McCarthy BERT HARDY/PICTURE POST/GETTY IMAGES

RECORTE:
[...]
"Portugal tem uma enganadora reputação de ser um país onde a vida é barata", lê-se no artigo. "Do nosso ponto de vista", a comida, as roupas, os transportes "são baratos, mas se se quiser comprar alguma coisa importada (uma panela de pressão, um fogão eléctrico, um rádio), ou algo feito numa fábrica moderna, é muito caro, em comparação com os preços em qualquer outro país."
"Quem compra as coisas das lojas do Chiado?", perguntava Mary McCarthy, sem encontrar resposta. "Os estrangeiros", diziam os portugueses; "os novos-ricos", respondiam quase todos. A escritora encontrou, por fim, um alto funcionário que oferecera uma panela de pressão à mulher, para a criada usar e "ver como funcionava". [...]


domingo, 7 de abril de 2024

«Os turistas estão na rua», Filipa Leal

 Estrofe do poema de ontem, de Filipa Leal, da Secção «Revolução já! Poesia Pública», do «Público»

Revolução, já?

[...]
Os turistas estão na rua.
Milhões de turistas estão na rua.
Vão parando para tomar café nas agências
imobiliárias, e vão comprando palácios, aqui e ali,
entre um pastel de Belém e uma imperial.
Alguns compram casas com gente lá dentro, e despejam
o lixo e a gente das casas que ficam vazias lá dentro,
mas eles voltam mais cheios lá para fora.
Sentem-se mais vistos.
[...]

domingo, 31 de março de 2024

segunda-feira, 25 de março de 2024

«Vocês pagam», "Levantamento da cidade de Lisboa"; Cravo, M. Velho da Costa

  - Representações, sobretudo, do «Portugal de 74-75», em «IntensaJusta-Posição Estilística»; obra de 76, reimpressa em 94, e agora em 2024, quase 50 anos depois...; 
- Excerto(s) do Bloco «Levantamento da cidade de Lisboa» (pp.129-135)  [sublinhados acrescentados], com «ecos de Fernão Lopes»:

    Vocês pagam. Os meus melhores filhos novos foram levados a sujar-se sem honra, ao engano. As minhas ruas foram silenciadas, os meus emissores de som e de imagem, boca e olhos de ouvir-me, trocados pelos vossos. Abrigo há gerações o que vocês não podem nem querem - faquistas e ciganos e prostitutas velhas, marítimos e crioulos fugidos à fome. Tudo acoitei na minha barriga de ruas salitrosas, calçadas pretas. [...]

Vocês pagam. Tremeram de me ver nua finalmente, coberta de panos vermelhos, a minha gente desfilando com as cabeças, martelos de aço coloridos, o punho no ar, o meu braço faquista finalmente ao léu. Vocês tremeram, daqui ao Oriente que a minha virtude de arejar vos abriu. Vocês tremeram quando os meus filhos de salários de fome e os meus mulatos vos mijaram em foice os palácios que vocês mandaram construir para aa vossas visitas de provincianos ricos. [...]

Todos, todos se calaram perante a minha miséria miúda, a minha crença mentida, os meus flancos de rio industriosos estancados, o tolhimento dos meus bairros de lata, as minhas veias cortadas a doer-se para o Sul, traídas, traídos, porque eu, posta como estava na minha festa tonta, nas minhas renovadas alegres forças, deixei que vocês viessem pela calada esquartejar uma por uma as minhas cabeças de prata, os meus melhores filhos tresloucados de uma outra razão e audazes. Vocês pagam. [...]

Maria Velho da Costa, Cravo (1976), 2024, pp. 131-133

- «Revolução e Mulheres», DEZ, 75, entre as pp. 129-135; dito por Sara Barros Leitão, em «O teatro também se lê»

domingo, 10 de março de 2024

Loreto (Rua do) + «Nativos. precisa-se» (MEC)

 - para D., «nativo» de dali perto, foi sempre uma Rua de «passagem» entre Chiado-Camões-Chagas-Bica e também a do «cinema Ideal» (15-17); 

- Entrevista-Reportagem sobre os despejos versus «turistificação», a propósito do «regresso» de Exposição da Fotógrafa Luísa Ferreira

RECORTE(s):

Luísa Ferreira: “Foi como se tivesse ido levar os meus pais ao monte”
[...]  Imagino que tenha sido um período muito difícil...
Curiosamente, os meus pais não se exprimiam muito. As outras pessoas do prédio andavam muito nervosas. Os meus pais também andariam nervosos e tristes, mas não expressavam muito isso. Fotografei o meu pai da última vez que foi ao cabeleireiro, à Barbearia Campos [entretanto, encerrada], ali ao lado da Benetton [no Chiado]. Fotografei a última vez que estiveram os dois sentados no [Largo de] Camões. Algumas coisas assim. Era o tipo de imagens que fazia sem a intenção de mostrar.
[...]
No texto da exposição, fala de uma cidade sem rosto. Consegue identificar o que é que está a acabar e o que é que está a começar na cidade?A maior parte do que está a começar são coisas que nem me apetece entrar lá. Quando falo em cidade sem rosto, quero referir-me a outra coisa: passo pelas pessoas na rua e já não reconheço ninguém. Já quase não há espaços onde se entra e se reconhece alguém. Com os turistas não há relação, estão de passagem. Portanto, não há afectividade, não há memória, não se estabelece uma ligação.Há muitas lojas a abrir e a fechar rapidamente. E na Baixa é só lojas de pastéis de nata, uma invasão do pastel de nata, abrem uns em cima dos outros.. [...]

- Crónica de M. E. C., de 24 -03: «Nativos, precisa-se» [...]

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Lisboa Frágil - Luís Pavão

 - de muitos «Estabelecimentos» como o da Foto de Luís Pavão se lembra D., da ribeirinha zona por onde cresceu...; captada da «Agenda Cultural de Lisboa», de Fevereiro ; FotoGaleria no »Público», «´»Ipsiçon», de 14 - 02;

Taberna na Rua de S. Mamede, 1981:[...]Luís Pavão construiu um arquivo de forma metódica, e que agora serve de ponto de partida para Lisboa Frágil, uma exposição que celebra o seu abundante corpo de trabalho desenvolvido entre os finais dos anos 1970 e os anos 1990 e 2000.

- a 29 de Março, Reportagem, na «Local do «Público» = «Peregrinar», com o Fotógrafo, em busca dos (Vestígios dos) «Tascos» fotografados; «Casa Resina»:



terça-feira, 16 de janeiro de 2024

O Reino da Bebedolice Internacional OU «Low Cost» + «dormir de Dia»

 - Nativo da Zona referenciada no artigo do «Público» (Bica, Cais do Sodré, Chiado, Santa Catarina, Combro e... adjacentes), R. há muito que só por lá passa, de manhã, bem cedo... (e, às vezes, os cheiros....); [à distância, na MAD.a, nos idos de 80, assistiu ao «início» disto...?]

RECORTE(s):

[...] Paulo Cassiano [«Bota Alta»] viu-se mesmo forçado a fechar portas a 28 de Novembro e, um mês depois, o senhorio já não o deixou entrar no espaço de há tantos anos. Agora, ao saber que a casa será convertida na extensão de um popular bar de bebidas comercializadas a baixo preço e consumidas na via pública, situado a pouco metros, na Rua da Atalaia, não esconde a frustração. Não apenas pelo que lhe sucedeu, mas também por aquilo em que aquela zona da cidade se tem vindo a transformar. [...]

- da «RTP-Antena 1», em 15-02: B. A. sem «dinâmica diurna» OU «como acordar o B. A. durante o Dia?»

sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Chiado, «A Brasileira» + Novos Quadros

 
Arquivo Municipal
- ficção de 2006, há muito que aguardava...; desta vez, «Vai»... - em «velocidade de cruzeiro» («de Leitura») - ; destino (provável): «Mesa das Trocas» do Palácio 2324;
- pois é
RECORTE:
    O Teles, na verdade, não achava bem os retratos: quem eram aquelas duas fúfias? E o José irritava-o, assim sempre de perfil! Tinham-lhe falado do Orpheu mas nunca tinha visto; chegara, antes, do Brasil e arranjara aquele espaço de uma camisaria no Chiado, para vender  seu café, e ganhara a partida. O sítio tinha fama antiga e convinha-lhe a frequência dos intelectuais, ao lado dos políticos da Havaneza e das damas que vinham à Bénard. Por isso fizera obras e contratara o melhor arquitecto que havia em Lisboa. Os quadros, pois, deixara-se levar na cantiga do Pacheco... Já tivera um conflito com aquele que se matara em Paris. [...]

José-Augusto França, José e os outros - romance dos anos 20, 2006, p. 18

«As Banhistas», de Almada Negreiros, fez parte da primeira colecção
- 2024: Concurso para Novos Quadros, Artigo na «Mensagem» -Jornal de Lisboa