terça-feira, 29 de outubro de 2019

EM LISBOA (Cesariny e o retrato...) , Al Berto

Fotografada da Pág. 42 -
 da série «Linha de Água»?
- [8 e 33; espera-se que o «Homem de Setúbal» venha acabar...]
- raro será o ano em que F. não leve «Paul Klee e o peixe do lume» ...; ora, quando a «Orelhas» do Canto, que se «finge difícil, desligando», apareceu com um livro desse «Ex-AA», como se «fosse a descoberta da pólvora», F. levou-o já; «post-it» antigo assinalava este outro ...: 




CESARINY E O RETRATO ROTATIVO DE GENET EM LISBOA

ao lusco-fusco mário
quando a branca égua flutua ali ao príncipe real
as bichas visitam-nos com as suas cabeças ocas
em forma de pêndulo abrem as bocas para mostrar
restos de esperma viperino debaixo das línguas e
com o dedo esticado acusam-nos de traição
[...]

lá fora mário
longe da memória lisboa ressona esquecendo
quem perdeu o barco das duas ou se aquele que caminha
será atropelado ao amanhecer ou se o soldado
que falhou o degrau do eléctrico para a ajuda fode
ou ajuda ou não ajuda e se lisboa num vão de escadas
é isto
tão triste mário sobre o tejo um apito

Al Berto, A secreta vida das imagens, Contexto, 1991, p. 43



sábado, 26 de outubro de 2019

«Cheira Bem, cheira a Lisboa», por M. E. C.

- é irresistível trautear a «Velha Música», ao ler-se a Crónica de hoje de MEC...
RECORTE:
[...] Saímos do Largo do Camões pelo Chiado fora, registando melhorias, ausências, novidades e desilusões.
“Aqui era a Pastelaria Marques”, digo eu à Maria João, apontando o que é hoje a Stradivarius. Mas ela é novita e não se lembra da Marques.Maior foi a minha melancolia: era a pastelaria favorita da minha mãe. Eu preferia a Ferrari e não era, como teimava a minha mãe, por causa da marca de automóveis – era por causa dos folhados de carne, dos babás de rum, dos duchaises e dos batidos de morango.
Fomos lanchar à Confeitaria Nacional, o último reduto da velha guarda, onde há bolo-rei à fatia, mesas vazias, empregados exímios, clientes felizes e um mundo inteiro de delícias por provar. [...]

terça-feira, 22 de outubro de 2019

Lisboa Ribeirinha, 1936 + Dia 6 da Obra

- um dos primeiros Retratos da Lx. de 36, , no «Ano da Morte de R. R.»....
- relido de manhã, pelas 7 e 45, ao balcão do Estaminé do Sr. Del.. + Ag., enquanto esperava pela «outra Equipa»....
- (expressão ontem usada pelo Setubalense A., Canal.or «à Antiga Portuguesa» (sim, ainda há disso...):


domingo, 30 de junho de 2019

Almirante Reis (as duas faces da)

- desfile de rostos, com «propostas» de agentes imobiliários como «pano de fundo» - DOC. de Filipe Penajóia - no P3, do Público

- [fechado definitivamente o «Capítulo 124», por aí continua D. a circular diariamente]

quarta-feira, 8 de maio de 2019

Rossio: café Gelo (Vítor Nogueira)

Foto de R. M., copiada do EXP.
- dele, na Estante de W., só existe «Mar Largo» o seu «livro sobre o Rossio», de 2009; num  dos vídeos, o autor lê «Pontas», da p. 39, com a referência à Placa que assinala que Eça...; transcreve-se o da pág. 41. 




GELO
Agora é apenas um café com paredes adornadas, 
imagens retratando destemidos ancestrais.
O tempo foi passando, não foi? Um acidente
em câmara lenta a uma escala cataclísmica.

Grande parte daquilo que fazemos é construir
memória, uma promessa frágil ao futuro.
E pensar que na vida acumulamos tanta coisa,
sobretudo se por hábito não deitamos nada fora.

Mas ninguém pode travar a grande máquina.
Diz-se que a viagem conta mais do que o destino.
Perscruto as águas envolventes, em busca de
sombras, enquanto o mar revolto bate no casco.


Vítor Nogueira, Mar Largo, & etc, 2009, p. 41

quarta-feira, 17 de abril de 2019

«Escadinhas do Duque [...] escadinhas de Sísifo OU Aquiles no rasto de Cesário (Djaimilia P. de Almeida)

(inevitável, pensar no «Sentimento de UM OCIDENTAL» - ora dum Africano, Aquiles...)

No Rossio, as pessoas ainda voltam a casa. Aquiles passeia como se tivesse fugido de casa, como se tivesse deixado o pai para trás. A barriga colada às costas é a única recordação que tem de Cartola quando está no centro da cidade. Estão unidos pela fome.
Lisboa ganhou um nome e uma forma, fez-se Lisboa para ele. Agora, ao crepúsculo, a forma esbate-se e a cidade é um gás irrespirável. Anda por ela como um cão manco a farejar, um príncipe dos cães vadios. Aquiles vai invencível na solidão, enche o peito de ar, inspira contra o vento, resiste. Sente-se limpo, lavado, cheira o perfume que pôs no cabelo, o vento entra-lhe pelo nariz. Ele pode tudo, quer tudo, consegue tudo. É o homem que se encontrou sozinho em Lisboa.
E logo afrouxa à medida qua as ruas esvaziam como o mesmo cão sem esperança de que alguém o leve para casa, vai de gigante a formiga no tempo que leva a descer uma travessa.
[…]
De noite, perde o medo: é da cor da cidade, caminha sem o fardo de ser visto, ninguém dá por ele. Tem a cor dos pombos, dos vagabundos, dos gatos, das putas do Cais do Sodré, cuja cara não distingue vendo-as de passagem, os seus cabelos caju lambidos, os lábios gastos; da cor dos táxis estacionados a ouvirem relatos, da cor dos telhados, das estátuas, da cor do céu.
[…]
Para quê ter pressa de ir para casa? Os pombos dormem no Rossio pousados na estátua. Choveu e o chão da praça rebrilha à luz dos candeeiros. Ele é um marinheiro em terra, um pescador sem história, o nativo perfumado, o operário coxo.
Meu bom Aquiles, quão longe estás tu de casa? Já não há outra casa para além dos toldos da Rua Augusta, do cheiro a mijo das casas de banho do Terminal do Rossio, das Escadinhas do Duque, que sobe aos tombos, escadinhas de Sísifo. Não há pressa nem de ter casa nem de ter pai nem de ter mãe. A noite salva-o de estar sujo por dentro. Aquiles tem a cor da noite e não carrega aos ombros o fardo de ser quem é.

Djaimilia Pereira de Almeida, Luanda, Lisboa, Paraíso, 2018, Companhia das Letras, pp. 168 - 170


domingo, 10 de março de 2019

Glória (Rua e TRavessa da Conceição da)

cerca de 1950,  VIRGINIA WATLAND/
ARCHIVE PHOTOS/GETTY IMAGES

- foto duma esquina, de uma fotógrafa estrangeira [...]; marçano - varina - «mercearias finas + vinhos finos...»; D. lembra-se bem «desta» Lisboa...

- (na R. da G.,  no H. SS. A., entre Abril de 86 e Nov. de 89, D.  «vegetará» ..., para finalmente concluir uma FAC....)

- fotograf., após o Café na [...], da p. 16 do «P2» - dossié sobre as fotógrafas estrangeiras que, em décadas de FASc., documentaram PORT. [...]


- da legenda: "fotografia de Virginia Watland, captada durante a década de 1950. As imagens de mulheres com cargas à cabeça são uma constante na produção imagética de Portugal desta época."

domingo, 3 de março de 2019

«Cidade Triste e Alegre» na barbearia «Marítima»...

- [«Marítima», como o clube que organizava a Marcha...; como o nome da profissão de quem lá morava...]
- umas vezes, o Pai Velho mandava o Menino ao Sr. Fernando, na Calçada Salvador....
- noutras, ao sr. Manuel, na Calçada da B. Grande... 
[é ainda o sr. Manuel que «participa» no Vídeo da série «Voz» (2005?) , em que Paulo Pires lê «Lisbon R., 26»]

- [transformada em habitação...: n.ºs 4 e 4-A]

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Rua de S. José: «A Minhota»



Desenho e texto reproduzido
do blogue do Sr.**
Continuando a descer a Rua de São José, chego aos números 138-140. Um edificío que tem a bonita leitaria "A Minhota", referenciada nas Lojas com História. O azulejo exterior é lindíssimo. Existe desde 1927.
A casa está um pouco desleixada, sem a preocupação de melhorar as montras. Não costumo ir lá beber café, sendo mais um ponto de encontro das pessoas mais velhas do bairro. [...]




- longa rua, paralela à Avenida e à Rodrigues Sampaio, por onde D. deambulava, na fase SMT e MED (entre 75 e 78...)...
- desenhadas as fachadas dos comércios Tradicionais, em Fecho Imparável - no P3 - por um sr. Contab.-sketcher.**..

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Lisboa: «street art em todas as esquinas»




- Lisboa ilustrada por casal canadiano, ambos profissionais, que destacam:
«comida deliciosa, música no ar, street art em todas as esquinas, clima óptimo, pessoas amigáveis e, claro, todos os maravilhosos edifícios coloridos e com azulejos" - no P3


(imagem da página do Artista)

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

100 lisboetas no palco

Tudo começou na Alemanha há onze anos. O Teatro Hebell convidou os Rimini Protokoll para fazer um retrato da cidade de Berlim, por ocasião do seu 100.º aniversário. [...]‘vamos convidar a cidade inteira para subir ao palco’”, conta ao PÚBLICO Helgard Haug, um terço dos Rimini Protokoll. “Como percebemos que provavelmente não seria possível, chegámos ao número 100”, continua. 100 anos de Teatro Hebell, 100 pessoas, 100% Berlim. [...] Uma centena de pessoas, sem ligação ao mundo do espectáculo, no palco para fazer o retrato de Berlim em 2008. Desde então, os Rimini Protokoll já aplicaram o mesmo molde a outras 35 cidades, [...]  Agora, chegou a vez da capital portuguesa. 100% Lisboa para nos contar o que é esta cidade [...]