domingo, 25 de junho de 2023

«Lisboa, velha carcaça» + «o que é demais é moléstia»

 - D., que, sempre bem cedo, deambula por esta Lisboa [- onde cheira a chch e a sujidade contrasta com as coloridas Hordas...] - , continuando a visualizar a outra**, teria que destacar esta Crónica de M. E. C. 

RECORTES:

Fiquei deprimido depois de conversar com dois turistas ingleses. Disseram-me que Lisboa tinha correspondido inteiramente às expectativas deles. [...]
"Não houve nada que vos surpreendeu?" Nada, responderam, pensando que esta era a resposta que eu procurava. Instigados a tornar mais verosímil esta afirmação, lá arranjaram uma surpresa: a sujidade. [...]
[...]
O pior é que os países estrangeiros são cada vez menos diferentes do nosso e, por conseguinte, cada vez mais diferentes do passado. O passado, por conseguinte, adquire cada vez mais força como repositório do que é estranho, e excitante, e proibido, e inesquecível**.
Lisboa tornou-se o postal do postal que se fez de uma cidade que já não existe.  [...]

- de Artigo «complementar», também do «Público, Local» - Nick, o norte-americano que mostra como Lisboa mudou em 12 anos -
[...] Duarte é conhecido pelo “Sardinha”, nome que deu à tasca de comes e bebes que em 1981 abriu em Alfama. Segundo Nick Mrozowski, gere um estabelecimento que tem “um bitoque delicioso”. Mas o consumo gastronómico, diz o comerciante, mudou muito nos últimos anos. “Quando abri [a tasca], servia jardineira, mão de vitela com grão e dobrada. Hoje já ninguém quer essas coisas”, lê-se no Mais 12, no depoimento do comerciante de 68 anos. Hoje, refere, “os turistas apenas querem comer sardinhas, bacalhau e peixe grelhado”. [...]



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