segunda-feira, 29 de junho de 2020

«Lisboa Aquática», de Cardoso Pires, Soares, Cesário..., por Tabucchi e Mega Ferreira

- vai-se pela «RTP Arquivos» até ao programa, da série «Portugalmente», de 1999, com Tabucchi e Mega Ferreira

Recortes:
- Mega F.: Lisboa «Cidade Aquática?» [...]
- Tabucchi: «Lusíadas = Grande poema Épico da Europa» = «por excelência, marítimo, salgado, invoca Musas de água Doce» [...]

sábado, 27 de junho de 2020

A escola do Paraíso

     Por extraordinário que pareça, o Paraíso existe e está ao nosso alcance: ao cimo da Calçada, quase no encontro das três ruas, mas recolhido e ausente. Desde a Sé lá em baixo, o labirinto das ruas, a meia-laranja, a íngreme ladeira com os gradeamentos polidos como bronze, os telhados sobrepostos, a capela sempre fechada - tudo isto forma um presépio erguido sobre muros e socalcos de jardins donde se debruçam velhas pimenteiras, trepadeiras e flores mal cuidadas, e se enxergam painéis de antigos azulejos.
      O quadro é exactamente o mais próprio para nele se edificar um mundo à parte, duradoiro como o sonho. e como ele vago se quiserem, mas tangível, com vida e personalidade. É Lisboa, uma realidade em si, e será preciso tê-la conhecido e vivido nela para bem a compreender e amar. Reluzente e aguado de fresco, o Tejo em frente banha os pés do anfiteatro, sob o docel do azul brunido e sem nuvens, enquanto o sol traça com minúcias de buril os perfis do Castelo, cimalhas de palácios, chaminés. [...]

José Rodrigues Miguéis, A escola do paraíso (1960), Estampa, 1993, 9.ª Ed., p. 37

quarta-feira, 24 de junho de 2020

Lisboa, anos 40



Fugido ao nazismo e estabelecido no Brasil, o francês Jean Manzon fotografou Amália a cantar nas ruas velhas de Lisboa nos anos 1940

JEAN MANZON/CEPAR CULTURAL, SÃO PAULO; CORTESIA DO MUSEU DO NEO-REALISMO, VILA FRANCA DE XIRA
 Copiado do «Expresso», «Revista E», de 20 - 06 - 
2020
(com «senha» ou ASS.a, só...)

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Lisboa, em «pausa turística» - António Guerreiro

- «As cidades inviáveis» (por Engano ou «por Calvino», F. escreveu «Invisíveis»...), «Crónica-ensaio» de António Guerreiro, hoje, na p. 30 do «Ípsilon» ou AQUI

RECORTE:
[...] Vaguear e redescobrir esta cidade de que tínhamos sido expropriados pode proporcionar momentos jubilantes de uma fruição que não é apenas estética (pelo contrário, até nos faz desprezar toda a estetização). De repente, a cidade já não é um espectáculo indiscreto, exibicionista, quase obsceno, mas projecta-se sobre um fundo que não é imediatamente visível: o tempo, a história, a memória. Em suma; tudo aquilo que foi branqueado como se branqueia o dinheiro sujo. Mas este prazer reconquistado, sabemos muito bem, é egoísta e cínico: eleva-se sobre uma tragédia inaudita que se abateu sobre muita gente: a massa de empregados precários, de agentes de uma economia informal, de pequenos proprietários, de promotores privados de alojamento local que muitas vezes passaram a viver fora da cidade ou em casa de família para retirarem rendimento vital das suas próprias casas. É bem conhecida esta lei implacável: quanto mais a cidade se enche de turistas, mais se esvazia de habitantes. [...]

domingo, 7 de junho de 2020