quinta-feira, 30 de abril de 2020

Rua Gomes Freire

- Recortes do excerto final de crónica de Ferreira Fernandes, intitulada «Lisboa nunca mais te deixo sem mim»:

      [...] Mário Soares, nos seus últimos anos, sempre que saía de casa pedia ao motorista para passar pela rua Gomes Freire. A rua leva ao Campo de Santana mas não o merece, é incaracterística. [...] Mas o velho Soares não era ao Campo de Santana que rumava, era mesmo à rua Gomes Freire.
    O motorista abrandava pelos caixotes com marquises, prédios feios da década de 1960, mas só no muro alto do hospital Miguel Bombarda, Soares, pela janela do carro, espreitava para o que não via. Ali havia uma casa, onde ele foi Gigi, o menino de sua mãe. A volta do carro era um passeio íntimo, a madalena de Proust, o trenó do Citizen Kane. [...]  [sublinhados acrescentados]

segunda-feira, 6 de abril de 2020

«Oh, Lisboa meu lar» - João Botelho

- «compensação« para Tempo de Covid - 19, este DOC., de 2010, de João Botelho
- continuará disponível, superada a EPID.?; quem deverá (ia) pagar o Trabalho dos ART.as?

-Recorte daí:

«Eléctrico 28. Da Graça aos Prazeres, uma viagem de 20 minutos. Um pequeno filme didáctico sobre os sítios de Fernando Pessoa em Lisboa. Fernando Cabral Martins, que protagonizou Pessoa em “Conversa Acabada”, utiliza o eléctrico para atravessar Lisboa e ouvir pedaços da obra do poeta.»

domingo, 5 de abril de 2020

«Lisboa sem lisboetas», por M. E. C.

- RECORTE:
[...] Deslumbrou-me ver Lisboa vazia, entregue à nova Primavera, como uma mesa posta para quem ainda não veio**.
Mas Lisboa ainda não sabe que já não vem ninguém; ainda não foi informada, ainda abana o rabo quando toca a campainha.
Passo pelo Rato, Príncipe Real, Bairro Alto, Camões, Chiado, Terreiro do Paço, Cais do Sodré, Santos. Levo dez minutos a perceber que estou à procura de lisboetas.
Deslumbro-me durante dez minutos. Preparo as minhas palavras sobre a beleza da cidade sem ninguém. [...]
[sublinhados acrescentados]