sexta-feira, 2 de junho de 2017

«Lisboa, Menina e Moça...»), por R. A. P.

ILUST. de João Fazenda
- lida hoje, na habitual página da Visão - em pastiche sarcástico com o famoso poema de Ary dos Santos

- COMP, AQUI

Recortes:
No Castelo ponho um cotovelo mesmo em cima da casa da Monica Belluci, em Alfama descanso o olhar no apartamento do Michael Fassbender,  [...]  À Ribeira encosto a cabeça, almofada da cama do Tejo repleto de navios de cruzeiro, [...] Lisboa menina e moça, menina, da luz que os meus olhos vêem, tão pura, embora ligeiramente obscurecida pelo fumo dos tuk-tuks, teus seios são as colinas, varina cujo nível de vida piorou [...] Cidade a ponto-luz bordada, toalha à beira-mar estendida sobre a qual turistas ébrios curam ressacas. Lisboa menina e moça, amada, cidade mulher da minha vida [...]No Terreiro eu passo por ti e posso adquirir várias bugigangas em cortiça, [...] Mas na Graça eu vejo-te nua, [...]És mulher da rua porque até às três não vale a pena ires para casa, [...] . E no bairro mais alto do sonho, aquele em que mora o Éric Cantona, ponho um fado [...]Lisboa no meu amor deitada, pagando 350 euros por dormida, cidade por minhas mãos despida para pôr o vestido à venda numa loja de roupa vintage do Bairro Alto. Lisboa menina e moça, amada, cidade mulher da minha vida com rendas pela hora da morte.
- Crónica publicada na VISÃO 1265, de 1 de junho de 2017 - [sublinhados acrescentados]

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