sábado, 9 de dezembro de 2023

Rua da Prata ou «pessimismo de Velha do Restelo»?

- num destes dias, R. «repetirá» a Deambulação, rigorosa ou «inventarial», hoje descrita na Crónica de Bárbara Reis («Ainda vamos ter saudades...»; depois, anotará no Calendário as datas futuras nela inscritas, nas quais, de 4 em 4 meses, a Cronista confirmará (ou não) o que nesta são «previsões»...;

RECORTE(S):

[...]  Faço aqui uma aposta: vamos ter saudades dos carros da Rua da Prata. Há uns dias, a Câmara de Lisboa anunciou o fim dos trabalhos de reabilitação do colector da Rua da Prata e, com isso, uma notícia que, em teoria, seria uma festa para os dez mil moradores (...): a rua ia ser reaberta mas só para os eléctricos. Aleluia! Menos carros na Baixa, menos dióxido de carbono, menos caos, menos ruído. Talvez sim. Talvez não. Se a Rua da Prata for transformada numa nova Rua Augusta, muito obrigada, mas não. [...] “Diversidade funcional” é um bairro ter lojas diferentes, como farmácias e sapateiros, papelarias e padarias, lavandarias e casas de ferragens, e todos os serviços de que as pessoas que moram num lugar precisam. 
     No dia em que a Baixa de Lisboa [...] só tiver cafés com esplanadas para turistas e lojas de bugigangas para turistas, deixa de ser um bairro e passa a ser um cenário. Para turistas. É bem possível que a Rua da Prata seja a próxima rua a morrer como rua e a tornar-se cenário para selfies de gente que está de passagem. Nada contra o turismo. Quem não gosta de ser turista? Mas tudo contra a descaracterização do centro histórico. Isto não é pessimismo de velha do Restelo. [...]

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